__DEPRESSÃO: O MAL DO SÉCULO ATINGE TODAS AS IDADES__
Através das leituras e pesquisas realizadas no decorrer do desenvolvimento deste Projeto de Apendizagem, percebemos que a depressão é uma doença que atinge todas as idades, desde os mais pequenos até os mais velhos. Podemos destacar: a Depressão Infantil, a Depressão na Adolescência e a Depressão na Terceira Idade. Neste espaço vamos fazer algumas considerações sobre a Depressão Infantil.
O que será que está acontecendo com nossas crianças ?
Se olhamos em nossa volta, nos ambientes sociais comuns como nas ruas, nas feiras, porta de escolas, supermercados e shoppings, a freqüência com que vemos crianças agitadas,irritadas, chorando e gritando com seus familiares é cada vez mais crescente.
Se conversamos com mães, constatamos que é cada vez mais crescente o número de crianças com transtornos de sono, de apetite, enurese e terror noturno, manipulação dos genitais, tristeza e abatimento.
Se conversamos com professores, também é constante por um lado as queixas de agitação, irritabilidade, e por outro queixas de comportamento arredio, inibição, e insegurança, com prevalência em ambos os casos, da falta de concentração e desinteresse pela atividade escolar com conseqüente inibição da aprendizagem.
Será que estamos vivendo dentro de um estado quase epidêmico de incidência de Transtornos Infantis e não nos demos conta?
O que será que está acontecendo com nossas crianças?
Onde estão as raízes desta situação ?
O que fazer para ajudar essas crianças, seus pais e professores a encontrarem um caminho para resolução de suas dificuldades ?
O Transtorno Depressivo Infantil é um transtorno do humor capaz de comprometer o desenvolvimento da criança ou do adolescente e interferir com seu processo de maturidade psicológica e social. São diferentes as manifestações da depressão infantil e dos adultos, possivelmente devido ao processo de desenvolvimento que existem na infância e adolescência.
Embora na maioria das crianças a sintomatologia da Depressão seja atípica, alguns podem apresentar sintomas clássicos de Depressão, tais como tristeza, ansiedade, expectativa pessimista, mudanças no hábito alimentar e no sono ou, por outro lado, problemas físicos, como dores inespecíficas, fraqueza, tonturas, mal estar geral que não respondem ao tratamento médico habitual.
Na criança e adolescente a Depressão, em sua forma atípica, esconde verdadeiros sentimentos depressivos sob uma máscara de irritabilidade, de agressividade, hiperatividade e rebeldia. As crianças mais novas, devido a falta de habilidade para uma comunicação que demonstre seu verdadeiro estado emocional, também manifestam a Depressão atípica, notadamente com hiperatividade.
A depressão na criança e/ou adolescente pode ter início com perda de interesse pelas atividades que habitualmente eram interessantes, manifestando-se como uma espécie de aborrecimento constante diante dos jogos, brincadeiras, esportes, sair com os amigos, etc, além de apatia, adinamia e redução significativa da atividade. Às vezes pode haver tristeza.
De forma complementar aparece diminuição da atenção e da concentração, perda de confiança em si mesmo, sentimentos de inferioridade e baixa autoestima, idéias de culpa e inutilidade, tendência ao pessimismo, transtornos do sono e da alimentação e, dependendo da gravidade, ideação suicida.
SINAIS E SINTOMAS SUGESTIVOS DE DEPRESSÃO INFANTIL
- Mudanças de humor significativa
- Diminuição da atividade e do interesse
- Queda no rendimento escolar, perda da atenção
- Distúrbios do sono
- Aparecimento de condutas agressivas
- Auto-depreciação
- Perda de energia física e mental
- Queixas somáticas
- Fobia escolar
- Perda ou aumento de peso
- Cansaço matinal
- Aumento da sensibilidade (irritação ou choro fácil)
- Negativismo e Pessimismo
- Sentimento de rejeição
- Idéias mórbidas sobre a vida
- Enurese e encoprese (urina ou defeca na cama)
- Condutas anti-sociais e destrutivas
- Ansiedade e hipocondria
Não é obrigatório que a criança depressiva complete todos os itens da lista acima para se fazer o diagnóstico. Ela deve satisfazer um número suficientemente importante de itens para despertar a necessidade de atenção especializada. Dependendo da intensidade da Depressão, pode haver substancial desinteresse pelas atividades rotineiras, queda no rendimento escolar, diminuição da atenção e hipersensibilidade emocional. Surgem ainda preocupações típicas de adultos, tais como, a respeito da saúde e estabilidade dos pais, medo da separação e da morte e grande ansiedade.
O diagnóstico da Depressão na Infância tem sido feito em bases predominantemente clínicas, muitas vezes usando-se os mesmos critérios usados para a Depressão do adulto, apesar do quadro ser algo diferente nas crianças, tanto quanto mais jovem for o paciente.
É tão comum o Transtorno Depressivo na Infância e Adolescência, a ponto de alguns autores recomendarem que, sempre que a criança manifestar tais alterações por um tempo prolongado, deve-se considerar a possibilidade desse diagnóstico. Entretanto, é muito importante determinar se esses sintomas estão, de fato, relacionados com um quadro depressivo ou se são parte das ebulições emocionais normais do desenvolvimento.
E, tendo em mente o fato de ser possível que muitos sintomas incluídos na relação apareçam naturalmente como parte das etapas normais de desenvolvimento da infância e adolescência, para se estabelecer um diagnóstico correto de Depressão na criança é necessário avaliar também sua situação familiar, existencial, seu nível de maturidade emocional e, principalmente, sua autoestima. Além das entrevistas com a criança, é muito importante observar sua conduta segundo informações dos pais, professores e outros colegas médicos ou psicólogos, atribuindo pesos adequados a cada uma dessas informações.
Na fase pré-verbal a criança deprimida pode manifestar o humor rebaixado através de expressões mímicas e do comportamento. A inquietação, o retraimento social, choro freqüente, recusa alimentar, apatia e alterações do sono podem ser indícios de Depressão nesta fase.
Na fase pré-escolar as crianças podem somatizar o transtorno afetivo, o qual se manifestará através de dor abdominal, falta do ganho de peso, retardo no desenvolvimento físico esperado para a idade, além da fisionomia triste, irritabilidade, alteração do apetite, hiperatividade e medo inespecíficos.
Dos 2-3 anos até a idade escolar a Depressão Infantil pode se manifestar ainda com quadro de Ansiedade de Separação, onde existe sólida aderência da criança à figura de maior contacto (normalmente a mãe), ou até sinais sugestivos de regressão psicoemocional, como trejeitos mais atrasados da linguagem, encoprese e enurese.
O tratamento da Depressão Infantil é praticamente o mesmo que o do adolescente e do adulto, com o uso de antidepressivos, quando necessário, e psicoterapia, depende de cada caso.
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